Fazia um tempão que eu queria ler esse livro, desde que foi lançado na verdade. Sabia que seria uma ótima leitura, pois não existe possibilidade de alguém que criou tantas séries boas escrever um livro ruim.
Eu gosto muito de Grey's Anatomy, não sou fã numero um mas é uma série que me prende a atenção e que acompanho com prazer. Portanto, ler o livro da mulher que criou esse universo parecia essencial pra mim.
Agora que eu sou muito chique e tenho um kindle, baixei vários livros pra ler e O ano em que disse sim foi um deles. Devo dizer que agora entendo quando a pessoa tem dificuldade pra escolher a próxima leitura, entre tantos livros legais que tenho pra escolher, fica difícil mesmo. Acabei optando por esse pois venho de uma leitura sobre depressão e achei que essa seria uma experiência mais alto astral.
Shonda Rhimes divide com os leitores sua decisão de aceitar os desafios da vida, enfrentar seus medos e viver de verdade ao dizer sim para convites que vivia recusando, inclusive pedidos de seus filhos. Com o passar do tempo ela vai descobrindo que essa atitude pode mudar sua vida de forma muito mais ampla do que imaginava. São os aprendizados que ela teve durante esse tempo que são relatados nessa obra.
Eu gostei bastante dessa leitura, me identifiquei totalmente com ela, também sou muito fujona e prefiro mil vezes me esconder na despensa do que enfrentar um microfone. Ela sabe bem como se sente alguém introvertido e coloca esse sentimento no livro como somente um verdadeiro espécime da introversão poderia fazer.
O ano em que disse sim dá uma mexida na gente, uma certa chacoalhada, pelo menos pra mim foi assim. Ao ler os relatos da autora eu sentia como se ela estivesse me dizendo: "E aí? Você não vai fazer nada pra mudar a sua vida, não? Vai ficar nessa até quando? Olha aí tudo que eu fiz ao dizer sim, você tem que fazer isso também!" Me senti um pouco pressionada por Shonda Rhimes!
Mas o livro não é assim, ela não fala nada disso, essa parte foi escrita pela minha própria cabeça neurótica, o que a autora faz é contar a experiência dela, e de uma forma bem engraçada e leve, o que faz com que a leitura fique ainda mais gostosa.
Importante dizer que Shonda não fica apenas no sim pra tudo, ela também sabe a importância de dizer não, o que é bem engraçado pois parece que são duas coisas que os introvertidos têm dificuldade de dizer, sim e não, no momento certo pra cada palavra.
Bastidores das séries também são relatados, lógico. Um dos capítulos esclareceu algo sobre Grey's Anatomy que eu sempre quis saber, era algo que me incomodava na série e que agora eu entendo porque aconteceu.
Eu sou até suspeita pra falar sobre essa obra, pois adoro histórias de transformação. Sabe aqueles filmes tipo de cinderela que rola um makeover da personagem nerd? Eu amo! E O Ano em que disse Sim é mais ou menos isso aí só que em primeira pessoa.
Pra mim esse livro fala sobre coragem, como é difícil mas necessário que enfrentemos nossos medos. Ficar parado escondido pode ser muito confortável mas não é viver. Posso dizer por experiência própria que ficar na zona de conforto só deixa a pessoa cada vez mais doente. A gente tem que se arriscar mesmo, falar sim, falar não, e não temer o que na verdade nunca foi uma ameaça mas sim uma oportunidade de viver melhor.