O outro lado de tudo isso - Kim Lock

 


O livro conta a história de Mercy, uma médica que sofre de agorafobia (medo de sair de casa) e ansiedade. Sua vida muda drasticamente quando sua casa pega fogo, forçando-a a literalmente sair para o mundo. Em uma tentativa de fugir dos seus problemas, ela compra uma van e parte em uma jornada pelo país.

A narrativa é centrada na superação. Ao longo da viagem, Mercy se vê diante de diversos desafios e descobre que é mais forte do que imaginava.

Os personagens principais incluem Mercy e seu cachorro salsicha, Wasabi. Além deles, há Eugene, o ex-marido, e as pessoas que ela encontra nos acampamentos de trailers durante sua viagem, como Bert, o escocês Andrew e a jornalista Ann Barker.

A história se passa na Austrália, tornando-se um típico road book, já que a maior parte da trama acontece na estrada ou em acampamentos de trailers. A ambientação foi um desafio para mim, pois não conheço muito sobre a geografia australiana. No entanto, consegui sentir a emoção da protagonista, especialmente nos momentos em que ela é ultrapassada pelos road trains – caminhões enormes e extremamente longos.

Achei o ritmo da narrativa um pouco lento, com os acontecimentos demorando para se desenrolar. A autora parece ter prolongado demais o mistério sobre o passado de Mercy e os motivos que a levaram ao isolamento. Em vez de me deixar curiosa, essa abordagem acabou me entediando.

Decidi ler esse livro porque a protagonista tem ansiedade, e achei que poderia me identificar com ela. No entanto, não senti essa conexão. Ou as crises de Mercy não eram parecidas com as minhas, ou simplesmente foram mal descritas.

O suspense permeia toda a trama, mas de uma forma frustrante. As razões da protagonista são ocultadas por muito tempo, e os flashbacks espalhados ao longo da história não acrescentam informações relevantes, o que me deixou irritada. Não gostei da maneira como os mistérios foram revelados – foi cansativo.

No geral, não foi uma leitura que me prendeu. Foi difícil chegar ao final do livro. Na metade, já me sentia exausta, mas insisti na esperança de que a história melhorasse.

Para mim, o ponto fraco da obra é o ritmo excessivamente lento, especialmente na resolução do mistério, que chega a ser ansiogênico. Não sei se esse era o objetivo da autora – se era, ela conseguiu. As cenas se arrastam, e a narrativa demora vários capítulos para concluir acontecimentos.

Recomendo essa leitura para quem gosta de road books e não tem pressa para descobrir os segredos dos personagens.


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