Eu sou uma leitora viciada em livros, mas infelizmente a minha fonte de livros gratuitos, a biblioteca, está fechada para reforma. Desesperada por algo para ler, decido me aventurar em uma livraria - o lugar onde os livros custam dinheiro real e a felicidade é apenas uma miragem.
Ao entrar na livraria, fico impressionada com a quantidade de livros novos e brilhantes. Eu quase sinto o cheiro de dinheiro saindo da minha carteira. Olho para as prateleiras, sabendo que tenho que escolher um livro para levar para casa. Mas eu não estou preparada para essa pressão - a última vez que eu escolhi um livro novo foi em 2009.
Lá estava eu, a frequentadora assídua da biblioteca, entrando naquela livraria com um sorriso bobo no rosto. Sabe aquele sentimento de novidade? Pois é, era exatamente assim que eu me sentia, como se estivesse explorando um mundo novo, como se nunca tivesse visto um livro antes.
Mas então, enquanto eu passeava pelos corredores, percebi que estava completamente perdida. Na biblioteca, os livros são organizados por categoria, e eu já sabia exatamente onde encontrar o que queria. Mas ali na livraria, parecia que cada livro estava em um lugar diferente, como se tivessem uma vida própria.
Eu me senti tão burra por um momento, que até imaginei um livro rindo da minha cara. Eu fiquei parada ali, com uma cara de paisagem, tentando decifrar a lógica daquela organização.
Eu começo a andar pelos corredores, olhando com admiração para cada livro. E é aí que eu percebo - eu não sei como escolher um livro em uma livraria. Na biblioteca, a escolha é fácil - pegue o que você quiser, não há problema em levar uma pilha de livros para casa. Mas aqui? Eu sinto uma pressão imensa para escolher o livro certo. E se eu escolher algo ruim? E se eu desperdiçar meu dinheiro? É como jogar roleta russa com meu cartão de crédito.
Apesar de ser viciada em livros, não sou rica o suficiente para comprar todos eles. Então, eu faço o que qualquer pessoa sensata faria - vou à biblioteca e pego o máximo de livros que eu posso. É simples, não é? Pegue um livro, leia, devolva. Sem custos, sem estresse.
Finalmente, depois de muita hesitação e suor frio, eu escolho um livro e me dirijo ao caixa. Eu entrego meu cartão de crédito, esperando pela dor agonizante de gastar dinheiro em algo que eu poderia ter conseguido de graça na biblioteca.
E lá estava eu, pagando um valor absurdo por um pedaço de papel com letras. Mas sabe de uma coisa? Valeu a pena.
Eu ainda prefiro a biblioteca, com aquele cheiro de livro velho e gasto, mas confesso que ter um livro só para mim tem seu charme. Pois quando eu finalmente saio da livraria com meu novo livro, aquele cheirinho, e saber que ele é todo meu, que posso rabiscar, sublinhar, anotar e marcar nele todinho, não há sentimento que se compare.
Clique aqui para ler o episódio 4.
E aí, você faz muita roleta russa com seu cartão de crédito nas livrarias? Então para se redimir compartilhe esse post, ou serei obrigada a te expor aos preços mirabolantes que eu encontrei por lá!