Daisy Jones and The Six - Taylor Jenkins Reid

É tanta gente falando dessa obra que não tinha como eu ignorar, também quero saber o que é que essa escritora tem que deixa todo mundo fascinado com seus livros. 

Nas primeiras páginas já tive que me conformar que a mulher tem mesmo seu diferencial, a narrativa já começa de uma forma inovadora, nada parecido com os livros que costumamos ler no cotidiano. 

Achei que isso poderia ser apenas o começo, um jeito de dar início à história. Mas, não. O enredo vai assim até o fim da obra, e eu achei genial! O que é um dos meus critérios para gostar muito de um livro. 

Apesar disso, eu sinto que a trama não me pegou. Sei lá, achei meio lento e sem grandes acontecimentos. A verdade é que criei muitas expectativas sobre esse livro, já que estava tão popular, e de acordo com a neurociência quando você tem grandes expectativas em relação a algo e o que você espera não é entregue, a motivação tende a cair. O que explica muito bem o fato de eu não ter vontade de pegar o livro pra ler, só pegava porque sempre leio antes de dormir e ele estava ali do lado. Mesmo assim, ainda consegui procrastinar lendo o "Fazendo as pazes com o corpo" da Daiana Garbin em dois dias. Só pra não ler Daisy Jones and the Six! 

“Bom, pode esquecer. Eu é que não vou mudar por causa de ninguém”

Nessa obra Taylor Jenkins Reid conta a história de uma banda de música fictícia dos anos 70, como se formou, como era o relacionamento entre os membros do grupo, o sucesso e suas complicações. O livro todo é em forma de entrevista, o que achei bem inovador, mas na minha cabeça parecia mais um documentário. De qualquer jeito, achei uma ótima ideia da autora usar esse tipo de narrativa. 

É uma leitura gostosa, mas não me prendeu. O que me fez continuar a ler foi o fato da amazon estar fazendo a série sobre a história, e eu tenho a impressão que o seriado vai ser melhor que o livro (e aqui estou eu criando expectativas novamente). Mas eu gostei de Daisy Jones and the six, só não amei, com certeza não leria novamente. Mesmo assim, seria um livro que recomendaria para amigos, principalmente aos que gostam de música. 

A autora toca em temas como feminismo, drogas, família, relações humanas. Tudo isso recheado com um clima musical, dentro da atmosfera de uma banda de rock. Você consegue se apegar aos personagens, não existem vilões, são apenas pessoas defendendo seus interesses e expondo suas personalidades. 

"Eu sinto muito calor, sempre senti. Não vou ficar derretendo de suor só para não constranger os homens. Não é minha responsabilidade controlar o tesão de ninguém. É responsabilidade de cada um não ser um babaca."

"Teve um tempo em que eu me incomodava de ser chamada de difícil pelos homens. De verdade. Mas aí desencanei. Melhor assim."

Destaque para as personagens femininas, Daisy, Camila e Karen. A obra é basicamente sobre elas, a força que trazem para a história, a sororidade, e suas lutas. Esse é um livro sobre mulheres e eu entendo que é isso que faz dele uma leitura relevante e divertida. 

A verdade é que esse é um livro incrível, e eu me sinto mal de não ter gostado dele tanto quanto acho que deveria. Talvez seja pelo momento da minha vida, ou por ter lido no kindle (acho que teria gostado mais se fosse físico, sei lá, coisas da minha cabeça), mas eu consigo enxergar o quanto a história é boa e importante mas não consigo amar a obra. 

"ter confiança é ficar bem quando você se sai mal, e não apenas se sentir bem por ter acertado"

Ainda quero ler outros livros da autora, só que percebo que ainda estou a procura dessa magia que todos encontram nela e que eu ainda não senti. Quem sabe eu esteja simplesmente velha demais para esse tipo de leitura, não sei. Será que é ressaca literária? Ou será que a Taylor Jenkins Reid na verdade não é tudo isso mesmo?