Cérebro, uma biografia - David Eagleman

 Um livro para entender o cérebro de uma forma bem simples e fácil, sem ser chato ou muito didático. Pra qualquer leigo entender o que se passa em sua cabeça.

Mais um livro de neuro pra minha coleção. Eu gostei bastante dessa leitura, David Eagleman conseguiu explicar de uma maneira bem simples o funcionamento do cérebro. Desde quando nascemos, entramos na adolescência, até o que se espera da neurociência moderna.

Ele fala bastante de como nossos neurônios constroem o mundo em que vivemos, pelo qual temos a experiência do que real, e do que nem sempre é como enxergamos. 

Não tem como falar do encéfalo sem falar de neuroplasticidade, que é capacidade do orgão de se modificar e acomodar novos conhecimentos, e o autor faz isso em Cérebro - Uma Biografia de uma maneira bem fácil de compreender. 

Uma das partes mais curiosas é sobre o "inconsciente" ou sobre o automatismo do nosso sistema neural, que faz as coisas sem que nós nem percebamos. O hábito, e como fazemos as coisas no automático. 

Achei relevante também as informações sobre empatia e rejeição social, como nosso cérebro interpreta um rejeição como dor, todas as descobertas sobre esses assuntos são muito interessantes. 

A única parte que não gostei do livro foi do final, quando Eagleman entra na discussão sobre o futuro das ciências neurológicas e faz algumas previsões meio black mirror. Acho meio assustador tudo foi colocado no livro e achei desnecessário, podia ter citado tantas outras coisas mas ele entra pra um assunto de consciência das máquinas e coisas afins.

Contudo, o saldo é positivo. O livro me agradou muito de um modo geral e foi uma leitura muito gostosa, não dava vontade de parar de ler. Esse é um assunto muito interessante que nunca vai me cansar. 

Algumas notas e destaques que fiz no livro: 

86 bilhões de neurônios, cada um deles fazendo cerca de 10 mil conexões.

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o cérebro gera sua própria realidade, mesmo antes de receber informações dos olhos e dos outros sentidos. Isto é conhecido como modelo interno.

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A realidade também não tem cheiro: não existe odor fora do cérebro. As moléculas que flutuam pelo ar ligam-se a receptores em nosso nariz e são interpretadas como cheiros diferentes em nosso cérebro.

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as ondas Delta (abaixo de 4 Hz) ocorrem durante o sono; as ondas Teta (4-7 Hz) são associadas com o sono, o relaxamento profundo e a imaginação; as ondas Alfa (8-13 Hz) ocorrem quando estamos relaxados e calmos; as ondas Beta (13-38 Hz) são vistas quando estamos raciocinando ativamente e resolvendo problemas. Desde então, foram identificadas outras importantes faixas de ondas cerebrais, inclusive as ondas Gama (39-100 Hz), envolvidas na atividade mental concentrada, como o raciocínio e o planejamento.

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Quando praticamos novas habilidades, elas se tornam fisicamente conectadas e caem abaixo do nível da consciência.

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Uma memória processual é aquela de longo prazo que representa como fazer as coisas de forma automática, como andar de bicicleta ou amarrar cadarços. Para Austin, empilhar copos tornou-se uma memória processual que está escrita nos circuitos microscópicos do cérebro,

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Com a prática, sinais repetidos foram transmitidos pelas redes neurais, o que fortaleceu as sinapses e gravou a habilidade no circuito.

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“egotismo implícito”, que descreve nossa atração a coisas que nos lembram de nós mesmos.

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Na maior parte do tempo, você não está consciente das decisões que toma.

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Viajar no tempo é algo que o cérebro humano faz incansavelmente. Quando está diante de uma decisão, nosso cérebro simula resultados diferentes para gerar um modelo do que pode ser nosso futuro. Mentalmente, podemos nos desligar do momento presente e viajar a um mundo que ainda não existe.

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A maioria dos viciados quer largar as drogas, mas se vê incapaz. Eles se tornam escravos dos impulsos.

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As redes de desejo e repressão sempre estão em batalha pela supremacia e aquela que vence em qualquer momento determina o que Karen faz quando lhe oferecem crack.

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fraco controle dos impulsos é uma característica marcante da maioria dos criminosos no sistema carcerário.

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Se compreendermos como a batalha de escolhas acontece no cérebro, podemos aprender a tomar decisões melhores para nós e para nossa sociedade.

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Mas, em uma sessão, os pesquisadores aplicaram EMT ao córtex pré-frontal dorsolateral, uma parte evolutivamente recente do cérebro, envolvida no raciocínio flexível e na abstração. John afirma que isso o deixou diferente.

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Quando tenta entender o que estou sentindo, você experimenta a minha expressão facial. Você não o faz de propósito – isso acontece de forma inconsciente e rápida –, mas esse espelhamento automático da minha expressão lhe dá uma estimativa rápida do que eu devo estar sentindo.

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ver alguém sentindo dor e sentir dor são coisas que usam o mesmo mecanismo neural. Esta é a base da empatia.

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Quando vê outra pessoa sofrer, você pode tentar dizer a si mesmo que o problema é dela, não seu – mas os neurônios bem no fundo de seu cérebro não sabem a diferença.

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Seu cérebro volta-se para si mesmo e se transforma na fonte da pior dor e da pior tortura que você já sofreu.

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para o cérebro, a rejeição social é tão significativa que literalmente dói.

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rede social do cérebro, em particular no córtex pré-frontal medial (CPFM). Essa região se torna ativa quando você interage com outras pessoas ou pensa nelas – mas não é ativa quando estamos lidando com objetos inanimados, como uma xícara de café.

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o sem-teto tornou-se desumanizado: o cérebro o vê mais como objeto e menos como gente.

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As crianças aprenderam que as verdades do mundo não são fixas e, além disso, não são necessariamente verdades. O exercício deu às crianças o poder de enxergar além das distorções de programas políticos e formar suas próprias opiniões – certamente uma habilidade que queremos para todas as nossas crianças.

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Nossa espécie deve seu sucesso acelerado às propriedades especiais do quilo e meio de matéria armazenada dentro do crânio.