Sinopse
Lena Dunham, a premiada criadora, produtora e estrela da série Girls, da HBO, apresenta uma coleção de relatos pessoais hilários, sábios e dolorosamente sinceros que a revelam como um dos jovens talentos mais originais da atualidade. Em Não sou uma dessas, Lena conta a história de sua vida e faz um balanço das escolhas e experiências que a conduziram à vida adulta.
Comparada a Salinger e a Woody Allen pelo New York Times como a voz de sua geração, Lena é conhecida pela polêmica que desperta e por sua forma única e excêntrica de se expressar e encarar a vida. Engajada, a autora revela suas opiniões sobre sexo, amor, solidão, carreira, dietas malucas e a luta para se impor num ambiente dominado por homens com o dobro da sua idade.
Minha humilde opinião
Esperava mais deste livro. Trata-se de um relato da adolescência da autora, mas, para ser honesta, achei-o maçante. Lena parece não ter amadurecido; é como se estivéssemos folheando o diário de uma jovem que ama lamentar sua vida. Ela não se aprofunda em nenhum tema, e o livro se assemelha a uma longa newsletter, repleta de listas e trivialidades. A impressão que fica é a de estarmos navegando por um extenso tweet de 200 páginas.
Por outro lado, sou fã de newsletters escritas por millennials problemáticos e leio tweets com meu café amargo todas as manhãs. Por isso, mesmo que a qualidade da obra seja duvidosa, a leitura não foi tão difícil assim. Acabei gostando, pois adoro diários e saber sobre a vida dos outros, especialmente quando a linguagem é simples e acessível.
Fiquei decepcionada, no entanto, porque passei o livro inteiro esperando que Lena abordasse seu processo de escrita, seu trabalho como roteirista e criadora de séries. Isso só acontece nas últimas páginas, e mesmo assim de forma superficial, como ocorre durante toda a narrativa.
Ela fala basicamente sobre sua infância e adolescência, apresentando suas histórias "diferentes" de uma personagem excêntrica que acredita ser. Para mim, essa impressão transmite mais a imagem de uma jovem mimada e entediante que se acha especial, mas que, na verdade, é apenas medíocre.
Acredito que a habilidade de Lena resida exatamente nisso: transformar a mediocridade em algo que busca ser genial. Se a intenção dela era irritar o leitor ao explorar mais uma vez sua falta de jeito para viver, ela conseguiu. Afinal, o que este livro realmente faz é decepcionar.
Esse poderia até ser um livro interessante se ela não falasse tanto sobre a infância e adolescência. Tudo bem, eu sei que é um livro de memórias, mas ela deveria escrever como uma adulta refletindo sobre sua juventude, e não como se ainda fosse a mesma adolescente. Dessa forma, fica difícil para um adulto ler e se conectar.
Nos últimos capítulos, ela aborda temas como doença mental, terapia e uma lista de temores, assuntos que me interessam muito. No entanto, a maneira como ela escreve não conseguiu me cativar. Por mais que me esforçasse, não consegui gostar, e talvez isso se deva à sua escrita.
Contudo, não perco a esperança de que o livro encontre seu público. Acredito que adolescentes podem se identificar e apreciar a leitura, encontrando algo que ressoe com suas próprias experiências. Afinal, cada história tem seu valor e seu momento, e quem sabe, para algumas leitoras, esta obra seja um espelho que reflete suas próprias inquietações.