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| O ano do pensamento mágico - Joan Didion |
Basicamente
A grande escritora Joan Didion escreve de uma forma profundamente sensível e elegante como vivenciou o luto pela morte de seu marido e a doença de sua única filha.
Sinopse para pessoas normais
Em O ano do pensamento mágico, Joan Didion explora uma experiência pessoal e, ainda assim, universal: o retrato de uma vida em comum que termina abruptamente, os bons e os maus momentos de um casamento e da maternidade, uma reflexão sobre perda e luto capaz de emocionar qualquer pessoa que já amou um cônjuge ou uma criança.
Minha humilde opinião
Eu achei que não conseguiria ler este livro, estava com muito receio de desencadear minha ansiedade e devo dizer que não foi uma experiência fácil. É uma leitura dolorosa, mas também muito bonita.
Joan Didion nos conta a sensação de viver um pensamento mágico que a guiou durante um verdadeiro entorpecimento que vivenciou depois da morte brusca de seu marido John, e a doença de sua filha, Quintana. A maneira como lidou com esses acontecimentos e as lembranças que carrega consigo e que ainda eram despertadas mesmo depois de muito tempo.
Quando o leitor imagina que a vida dessa mulher finalmente vai se estabilizar, que ela vai poder vivenciar o luto, superar e seguir em frente, outro infortúnio acontece. Você fecha o livro em um gesto de revolta e descrença: não é possível!
Acredito que essa obra é um exemplo de como a escrita pode ser terapêutica. Joan escreve para lidar com a avalanche de sentimentos e emoções que experimentou durante toda essa adversidade e também como uma forma de manter a presença do marido ainda viva.
Não sei se também é terapêutico para quem lê ou se é preciso estar passando ou já ter passado por um luto para apreciar melhor o livro. Penso que são experiências distintas. Para mim, foi envolvente, pois a prosa da autora é excelente, mas não foi como eu esperava. Ela faz muitos relatos de memórias e recordações de suas vidas, mas eu esperava mais reflexões e ensinamentos. Obviamente, estou errada em esperar algo tão autoajuda de uma escritora tão talentosa.
Algo que é um diferencial dessa obra é que se trata de uma pessoa não religiosa escrevendo sobre luto, e realmente em momento algum ela fala em Deus ou em uma vida no além. O que pra mim é ótimo, já que também não sou praticante de religião alguma.
"Alguns fatos na vida permaneceriam além da minha capacidade de controlá-los ou de administrá-los. Alguns acontecimentos apenas acontecem."
Um dos meus maiores medos, senão o maior, é perder alguém que eu amo. Então, resolvi ler o livro para entender como Joan conseguiu superar essa perda, para eu já saber o que fazer, acima de tudo para compreender que é possível viver depois de perder o amor da sua vida.
O que aprendi é que as coisas nunca acontecem do jeito que imaginamos que vão ocorrer. Não adianta se preparar, não adianta fazer planos, treinar para lidar com o inevitável, ler livros para saber como vai ser. Nada te prepara para a morte daqueles que você mais ama.
Contudo, pode ser que a solução que ela encontrou sirva também para mim e para outras pessoas que precisam lidar com o sofrimento da morte ou da vida: escrever.
"A vida se transforma rapidamente. A vida muda num instante. Você se senta para jantar e a vida que você conhecia acaba de repente"
Recomendo também o documentário sobre a escritora que está disponível na Netflix. Lá ela fala sobre cada livro e como foi sua carreira de escritora.
O ano do pensamento mágico - Joan Didion











