Basicamente
Um homem ansioso dividindo com os leitores uma vasta pesquisa acerca do transtorno de ansiedade, que ele fez para tentar entender sua própria condição.
Sinopse para pessoas normais
No dia de seu casamento, Scott Stossel viveu os momentos mais aterrorizantes de sua vida. Ele não foi deixado pela mulher no altar nem mudou de ideia na última hora. Tudo aconteceu nos conformes, exceto pelo fato de que ele passou a cerimônia tremendo de pavor e encharcado de suor. Na noite que deveria ser a mais importante e especial de sua vida, ele só pensava na morte, em desaparecer: ele não estava lá. A partir de sua própria vivência da ansiedade, o editor da revista Atlantic investiga essa doença que, se não existia como categoria diagnóstica 35 anos atrás, hoje é o mais comum distúrbio mental oficialmente classificado. Embora seja generalizado, o mal permanece uma incógnita, muitas vezes mal compreendido. Trata-se, afinal, de um estado espiritual, um distúrbio neuroquímico, um trauma psicológico? Entre o relato íntimo e a exposição de argumentos de autoridade, o autor nos oferece uma história de todas essas perspectivas, da médica à filosófica, das mais remotas às contemporâneas. Stossel revela ainda as várias formas de tratar a ansiedade e administrar seus efeitos incapacitantes. Eliminá-la, como mostra o autor, seria impossível, e talvez até prejudicial: afinal, o que seria do homem sem inquietações?
"Uma resposta fisiológica ansiosa acionada no momento correto pode ajudar a manter viva uma pessoa; a mesma resposta, acionada com frequência excessiva e nos momentos errados, pode levar à morte prematura."
Minha humilde opinião
O autor começa relatando sua própria vivência com a ansiedade, desde uma crise no altar durante seu casamento até todas as tentativas de tratamentos e remédios para acabar com esse tormento.
Para mim, o início da leitura trouxe um alívio ao perceber que havia alguém em uma situação pior do que a minha, embora me identificasse com muitas das experiências pelas quais Scott passou.
O autor explora várias interpretações do que é a ansiedade. Ele fez um estudo profundo sobre o tema e compartilha todo o conhecimento adquirido com o leitor. No entanto, a perspectiva dele é bastante pessimista, provavelmente devido ao sofrimento causado pelo transtorno.
"nossa ansiedade nos recorda que, tal como os animais, somos prisioneiros de nosso corpo, que se debilitará, morrerá e deixará de existir."
Fiquei bastante abatida após ler este livro. As informações sobre os remédios e a indústria farmacêutica me deixaram desanimada. Em vez de ajudar a lidar com minha ansiedade, o livro tirou minhas esperanças de melhora.
Talvez eu não tenha lido na época certa, ou talvez eu simplesmente não devesse ter lido. Não sei.
Embora seja um livro excelente e bem completo, não recomendo a leitura para quem não estiver emocionalmente bem ou estiver em busca de positividade.
"A capacidade de se preocupar com o futuro caminha de mãos dadas com a capacidade de planejar o futuro — e planejar o futuro (junto com recordar o passado) é o que produz a cultura e nos distingue dos outros animais."
Partes que eu gostei:
- Quando ele fala sobre um estudo em que pessoas que praticaram meditação por meia hora durante dois meses, melhoraram da ansiedade. Acho que um dia ainda vou tentar fazer isso.
- A história dos tranquilizantes, como foram criados, é muito interessante e até chocante.
- A definição de que a ansiedade é como você interpreta os sintomas do medo
- A contribuição da genética no transtorno, como algumas pessoas tem um baixo nível de estimulação autônoma e são naturalmente calmas. (queria)
"Em nossa era pós-industrial de incerteza econômica, em que as estruturas sociais passam por turbulências contínuas e os papéis profissionais e de gênero estão mudando o tempo todo, não é normal — e até salutar — ser ansioso?"